sábado, 25 de agosto de 2012

EMANCIPADOS & MEDÍOCRES


EMANCIPADOS & MEDÍOCRES
 
 
 
 
No que diz respeito especificamente à emancipação intelectual e a humanização, pode-se dizer que existem, nas sociedades ocidentais capitalistas, dois tipos de pessoas: aquelas que aprenderam a prender a pensar; e aquelas que aprenderam somente a aprender pensamentos. As primeiras são criativas, emancipadas intelectualmente, autônomas, eticamente responsáveis, socialmente equitativas, antropologicamente tolerantes e politicamente participativas; As segundas, preconceituosas, xenófobas, ortodoxas epistemologicamente, individualistas, Meritocráticas, manipuladas e descomprometidas com as questões sociais, econômicas e políticas, do ponto de vista da humanização.

As primeiras são pessoas que decidiram assumir a responsabilidade pela sua própria existência, pelo seu estar no mundo, pelo seu “que fazer humano”; As segundas são pessoas que colocam a responsabilidade pelas suas vidas nas mãos de outras pessoas, no destino, no Estado, nos seus próprios dogmas, etc. As primeiras são independentes. Acreditam que, justamente por serem humanas, são tão capazes de aprender como qualquer outro ser humano e acreditam na sua capacidade de superação dos obstáculos da vida; As segundas tem pouca ou nenhuma confiança em si, mas em agentes externos, como o presidente, os ídolos, os arquétipos, as autoridades instituídas, as religiões, etc.

Por exemplo, se esses dois tipos de pessoas dão uma topada, as primeiras se responsabilizam, se possível tiram a pedra do caminho para que outros não tropecem, aprendem algo novo do ocorrido e procuram ter mais atenção no caminho. Mas, se a pedra não puder ser por ele logo retirada, reivindicam individual e/ou coletivamente a sua retirada aos órgãos competentes, além de, como medida emergencial, providenciarem um aviso para a “pedra no caminho”; As segundas, por outro lado, diante da topada, muitas vezes, falam alto palavrão, dizem que estão sem sorte ou que são azarentos, deixam a pedra no mesmo caminho, seguem mal humorados, reclamando sozinhos da vida, e ficam torcendo para que outros tropecem também. E, se isso realmente acontece na sua presença, ele dá gargalhadas como se de fato estivesse diante de um momento de felicidade na vida Própria vida.

As primeiras entendem a dor do outro como se fosse a sua e procuram ajudar, ainda que indiretamente; As segundas estão preocupadas consigo próprias e sentem felicidade com infelicidade do outro e, se possível, fazem até o impossível para tentar prolongá-la, sem nutrir nenhum tipo de sentimento de fraternidade e nem sequer remorso pelo seu ato.

A ignorância é a sua marca, ainda que com alto grau de escolaridade. Chamaremos os primeiros de Humanizados ou Emancipados Intelectualmente e, os segundos, de Medíocres ou Desumanizados. Não acreditamos, porém, que essas diferenças entre esses dois tipos de seres sejam predeterminadas, oriundas de Inatismos. Mas, de origens socioambientais, de caráter reversível, construído no ser, primeiramente, no seio familiar, na socialização primária e, logo depois, nos outros grupos sociais de inserção do indivíduo, assim como nas instituições educativas, como a escola, específica da socialização secundária.

ps. parte integrande da introdução do livro: EMANCIPADOS & MEDÍOCRES (240 PÁGINAS).



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