terça-feira, 8 de julho de 2014

MEDÍOCRES S.A: OS ESCRAVOS PÓS-MODERNOS

Epistemologicamente, tal problemática está situada entre duas distintas teorias do ser: 
1- A de Aristóteles, centrada nas concepções do Ato e da Potência, caracterizadas nas finalidades do ser, ou seja, do que o ser pode vir a ser a partir do que se é; 
2- E a concepção de Sartre, contrária a de Aristóteles, que preconiza que “o ser é o que é”, ou seja, que não é um ser fechado em si, em uma natureza, mas aberto para uma Condição Humana.
O novo sentido, a releitura, consiste exatamente num estudo mais aprofundado, especificamente no que diz respeito às concepções Aristotélicas de homem, em que se vislumbra, descobre-se, dois diferentes sentidos para o termo finalidade: 
A- O primeiro, como objetivo (alvo a ser alcançado); 
B- O segundo, como fim a que algo se destina (predeterminação).

O que se desvenda é que, todos os outros seres, na teoria do Ato e da Potência de Aristóteles, diferentemente do homem, estão concebidos como sendo seres irracionais, e, portanto, dentro de uma concepção de finalidade, pela natureza, determinista e/ou pré-determinista.

Todavia, quanto ao homem, há uma finalidade, mas não como predeterminação, e sim como alvo a ser atingido. Ou seja, existe algo em aberto, um “que fazer” humano, uma condição que precisa ser atingida para que o homem se torne homem de fato, muito além dele simplesmente nascer homem, crescer e morrer.

Aristóteles definia o homem como um ser racional por natureza (mas como alvo a ser alcançado e não no sentido de determinação) e considerava a atividade racional, o ato de pensar, como a essência dessa dita finalidade, isto é, como o poder viver de acordo com a sua razão.

Dizia ele que, para ser feliz, para realizar-se enquanto homem, essa razão deveria comandar os atos da sua conduta ética, orientando-o na prática da virtude.

Teóricos que se centraram especificamente nas concepções do Ato e da Potência, sem entender que havia uma exceção a essa regra especificamente relativa ao homem, ao “ser homem”, dado que Aristóteles tinha uma teoria paralela, específica para o ser homem, não entenderam Aristóteles como deveria e, como Sartre, ainda que com toda a sua grandeza e magnitude filosófica, julgaram-no mal.

Aristóteles, ao falar da conduta ética, da prática da virtude, da busca da felicidade, fala da necessidade da existência de uma condição humana humanizada no homem, em coerência com a sua racionalidade, para que ele de fato se humanize, mas não de qualquer condição dita humana, e sim de uma que permita a ele se humanizar, tornar-se ser humano de fato.

Buscando respaldo em Nietzsche, nas suas apreciações de que “o homem é uma ponte que vai do animal a além dele mesmo”, assim como nos fundamentos epistemológicos existencialistas, e, confrontando dialeticamente esses saberes com as problemáticas históricas de exclusão social e econômica, especialmente no presente século, chegamos ao axioma de que:

"...Homens distantes de uma condição humana humanizada de fato, distantes do exercício da sua racionalidade, além de não se realizarem enquanto seres humanos de fato; além de não se tornarem homens de fato, adquirem, incorporam, em si qualquer outra condição existencial paradoxal a uma condição humana humanizada de fato, tornando-se escravos, animalizados, alienados e, no sentido moderno, excluídos..."

Ou seja, justamente aí está caracteriza a abertura “do ser homem: ele pode alcançar o seu alvo, realizar-se de fato enquanto homem, tanto quanto pode ser qualquer outra coisa; tanto quanto pode ter em si qualquer outra condição inautêntica, desumanizada, animalizada, quando distante da sua finalidade, diferentemente de todos os outros seres.

Chamamos, assim, esse não realizar-se do homem enquanto homem, essa condição humana não humanizada do homem, especialmente nas sociedades capitalistas ocidentais, onde tanto as relações sociais cotidianas, tanto quanto as diferentes instâncias pedagógicas estão impregnadas ideologicamente de valores individualistas, Meritocráticos, consumistas e xenófobos, de Mediocridade.
PS. TEXTO INTRODUTÓRIO E PARTE INTEGRANTE DO LIVRO "MEDÍOCRES S.A: OS ESCRAVOS PÓS-MODERNOS,  280 PAGINAS, DE "CLEBERSON EDUARDO DA COSTA, À VENDA, EM TODO O MUNDO, VIA WWW.AMAZON.COM (FORMATOS KINDLE E IMPRESSOS).

HUMANIZAÇÃO & EMANCIPAÇÃO INTELECTUAL

Humanizar-se, muito além do que poder se desenvolver por meio dos processos de socialização primária (na família) e secundária (na escola), é também um ato de Emancipação Intelectual, que se dá a partir e durante a tomada de consciência crítica.
Todavia, nem todo aquele que busca a tomada de consciência crítica emancipa-se de fato, por dois motivos:
1-    A emancipação intelectual é um processo de transformação e transcendência do espírito conhecedor;
2-     De conquista da autonomia para ser, fazer e refazer-se dentro dos preceitos de humanização;
3-    A consciência crítica, sozinha, não passa de consciência “de”. Pode-se ter consciência de uma coisa e não de outra.
Chega-se em dois axiomas:
1- Para humanizar-se, de fato, o homem precisa de educação, mas não de qualquer educação;
2- Ele precisa de uma educação que possibilite a ele, através do exercício da sua consciência reflexiva, desenvolver:

a) A consciência de si;
b) A consciência de mundo;

Nesse sentido, tratar-se-á, aqui, não das especificidades da tomada de consciência, mas de algo muito maior, concebidos como os amálgamas do ato de humanizar-se, ainda que teoricamente especificados, objetivando favorecer um melhor entendimento e que se sustentam e se corporificam na emancipação intelectual.
Longe do humanismo radical dos sofistas e do humanismo Antropocêntrico, sustentado pelas ciências, no qual o homem é colocado e ao mesmo tempo entendido como “a medida de todas as coisas” e, muito mais longe ainda das ortodoxias deterministas, sejam elas científicas ou de qualquer outra natureza, pode-se dizer que:
O homem, por ser um ser social, um animal político, como descrito por Aristóteles, para estar no mundo, ele precisa de crítica e autocrítica;
1- Querendo ou não negar a existência de Deus, o homem precisa entender que ele não é só natureza, mas também dotado de espírito, de razão, de pulsão e afeto, sintetizados numa condição humana;
2- O homem precisa saber que ele é constituído de uma unidade de contrários, ou seja, de razão pulsão e afeto;
3- Ele precisa saber também que, na busca pelo entendimento do todo, especificando e particularizando linhas de estudo e/ou pesquisa, o homem ficou preso em diferentes simbolismos, em diferentes formas ortodoxas de ver o mundo, cristalizando e sistematizando paradigmas, que os impede de ver a realidade em si, mas apenas para si.
4- O homem precisa saber que, na busca pela felicidade, na busca pela sua realização pessoal, ele pode adoecer, pode ter perdas sócio afetivas, pode morrer, interrompendo sua trajetória de vida. Ele precisa entender que, ao nascer, começa a morrer. Ou seja, entender que a sua existência se constitui numa espécie de marcha para a morte.
5- Na busca pela inserção social, ele precisa se dar conta do fato de que há na sociedade desigualdade entre os homens.
6- Na busca pelo emprego, ele precisa saber que está inserido num mundo capitalista e, por isso, também Meritocrático, competitivo e individualista.

Ainda que, a primeira vista, possa soar como um paradoxo, a tomada de consciência de si, a consciência do ser do seu “que fazer humano” não se dá somente na escola, nem somente na família e, muito menos somente nas redes sociais da internet ou somente nos outros meios de socialização específicos, relativos ao exercício dos diferentes papéis sociais, por dois motivos:
1- Na família, há certa camada de proteção, até determinada idade, assim como a construção de hierarquias e estigmas entre os indivíduos, que os impedem de se deparar frente a frente, diretamente, com as relações desiguais da vida social e de construírem uma imagem, uma consciência real de si.
2- Na escola, por outro lado, há a disseminação e a internalização, no indivíduo, de um saber erudito que o aliena, na medida em que o ilude, dizendo que somente a apropriação desse tipo de saber é capaz de conduzi-lo a melhores condições de subsistência. Além disso, valoriza-se a aquisição de conteúdos e não o desenvolvimento da criatividade; Valoriza-se o aprender pensamentos e não o aprender a aprender ou o aprender a pensar.
3- Na internet, como já foi dito nos capítulos anteriores, não há relações de confiança nem de validade do saber, assim como incertezas sobre a sua qualidade.
4- No exercício dos papéis sociais está à prisão do ser, os estereótipos e os estigmas, que impedem o ser de ser algo além dele, no seu tempo e espaço.

Nos grupos favorecidos a tomada de consciência de si demora mais para acontecer, uma vez que essa proteção familiar dura mais tempo, assim como os anos de escolarização.
Nos grupos menos favorecidos, a proteção familiar termina cedo, como também, muitas vezes, a escolar. Jogado precocemente na sociedade do capital, descobre-se, querendo ou não, uma realidade catastrófica, implícita nas circunstâncias da vida cotidiana. Essas relações sociais impingem-lhe a necessidade de constantes tomadas de decisão.
Nesses grupos menos favorecidos, desenvolve-se, cedo, a partir da vivência, um potencial emancipador, mas que logo se atrofia, na medida em que ao se questionar a própria existência diante das problemáticas sociais, não se tem como compreendê-la de forma enriquecedora e qualitativa, por falta de uma sólida formação cultural.
Ou seja, a consciência não se amplia e se cristaliza, especifica-se e limita-se como inconsciência do todo ou como consciência “de”.
Quando, porém, por algum motivo, mesmo sendo lançado cedo no mundo pela família, esse ser ainda assim consegue continuar na escola, dando sequência aos seus estudos posteriores, ele aí tem a possibilidade de confrontar os saberes da vida com os saberes eruditos e construir a sua própria visão de si.

Ele passa a poder analisar, comparar, questionar, sintetizar, dar sentido, duvidar, começar a pensar, dando um sentido para sua existência.
Ele começa a ter a possibilidade de construir estratégias de luta e resistência contra a sua condição de excluído social...

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

AQUELES QUE POSSUEM MESTRADO E/OU DOUTORADO SÃO REIS (?)

EM TERRA DE ANALFABETOS,SEMIANALFABETOS E GRADUADOS AQUELES QUE POSSUEM MESTRADO E/OU DOUTORADO SÃO REIS (?) Nas sociedades capitalistas ocidentais, onde impera a obsolescência programada; onde impera a produção desmedida de informação e conhecimento a cada seis meses, num ritmo cada vez mais alucinado; num ritmo em que quase tudo que é tido como sendo novo se torna velho quase ao mesmo tempo, soa-nos como um disparate falar em cursos de Mestrado que durem dois anos e, pior ainda, de Doutorados que durem quatro. Ou seja, um indivíduo que entra nesses cursos almejando sair deles mais sábio, sai, em muitos casos, um ignorante com diploma; da mesma forma que um indivíduo que entra nesses cursos almejando contribuir para o desenvolvimento do conhecimento, ao concluir sua tese, na mesma medida, aumenta o lixo cultural. Explico-me: nas sociedades do capital, tudo é mercantilizado, inclusive o que dizem ser o “saber”. Nesse sentido, os intelectuais modernos, na sua grande maioria, se transformaram numa especie de prostitutos intelectuais, ou seja, precisam criar e sistematizar "hierarquias de saber", através de títulos e diplomas, para poderem vender seus “produtos”, seus "saberes enlatados". Numa outra via, essa "prostituição intelectual" se dá quando esses indivíduos somente buscam esses cursos para poderem receber aumentos de salários. Infelizmente, nas sociedades subdesenvolvidas do capital, o que se procura estudar e pesquisar, através desses cursos, é o que já está obsoleto em outros países. Se alguém tem alguma dúvida, perguntem-se quantas universidades, hoje, nesse país, exportam tecnologia ou conhecimento de ponta. Para se fazer uma linha de Metrô, por exemplo, assim como esse próprio meio de transporte, é preciso importar tudo da Alemanha e/ou mesmo da China. Eu poderia, aqui, enumerar uma série desses exemplos. Todavia, isso talvez pudesse fazer parecer que não sou um brasileiro e que estou zombando do nosso povo. Não, nem de longe me passou isso pela cabeça… O que se quer dizer é que, nesse país, como em tantos outros da América Latina, título de Mestre e/ou de Doutor se tornaram sinônimos de sabedoria quando, na verdade, hoje, não passam de "mitos", assim como mítica também se tornou a ciência, ao erigir-se prometendo superar o teocentrismo, a metafísica e, irônica e tragicamente, caiu no pragmatismo e/ou tecnicismo de raízes positivistas, com bases Cartesianas. 1- mitos porque a internet está aí, disponível para quem puder, quiser pesquisar e aprender em tempo real, criando redes de interação; 2- mitos porque quase ninguém tem mais tempo para ler um livro ou mesmo uma tese de quinhentas páginas, repleta de termos técnicos; 3- mitos porque quase ninguém tem mais paciência para redundâncias, hermetismos e prolixidades acadêmicas; 4- mitos porque, no mundo de hoje, quanto mais a gente sabe um assunto qualquer, menos a gente precisa escrever e/ou falar sobre ele. Isto é, no mundo de hoje, é preciso saber dizer, com a mesma qualidade e complexidade, em no máximo três páginas, o que um mestre e/ou um doutor qualquer precisaria dizer em quinhentas ou mil, sob o formato de uma tese. E essa questão não é exatamente da suposta diferença de qualidade entre elas, mas do desenvolvimento de uma outra capacidade imprescindível no mundo pós-moderno: poder de síntese. Os intelectuais dessas sociedades, além de não possuírem o poder de síntese trazem, na prática acadêmica, os ranços históricos do “esquerdismo”, tornando-se críticos ao extremo e, consequentemente, na mesma proporção, "incompetentes tecnicamente". Se você ainda está cético em relação ao que está sendo dito aqui, pense no fato de que uma das teorias que mais revolucionaram a humanidade, a da bomba atômica, por exemplo – deixo clarificado, todavia, que não sou a favor do uso dela, sob qualquer hipótese – foi e tem sido difundida pelo mundo em, no máximo, duas páginas. E não é preciso ser um expert para entendê-las: bastam conhecimentos superficiais de física e química. Não que a teoria, em si, não seja complexa, ela é, mas foi socializada - não me perguntem por quem - também a partir do poder de síntese, sob as bases do pragmatismo Norte Americano. Todos aqueles que já passaram por uma universidade pública/ latina, entendem bem o que eu estou falando: criticar o sistema e nunca apresentar soluções parece, nesses meios, ser também o sinônimo de “ampla sabedoria”. Lembro-me de professores que tive nos cursos de graduação e Pós-graduação que não passavam de seres completamente limitados, cativos em suas áreas específicas de saber e ignorantes para o todo, para o tempo real, para o "aqui agora", para as dinâmicas sociais diuturnas e cotidianas. Sem querer me engrandecer, nem tampouco querer transparecer algum complexo de superioridade, dado que assim possa parecer, ao dizer o que vou dizer aqui, certa vez, apresentei um trabalho a um professor sobre os conceitos de "liberdade e igualdade em Norberto Bobbio" e o prof. Escreveu no trabalho que não conhecia o autor, mas me deu (10) dez. Esse fato ocorreu-me várias vezes no brasil: muitos deles não sabiam que eu tinha vivido alguns anos na Europa, por meio de um intercâmbio, e que também era um rato de biblioteca. Com esse discurso, todavia, não quero ser, aqui, mal compreendido e ser interpretado como aquele que “disse que os cursos de Mestrado e Doutorado não valem nada”, mesmo porque, agindo assim, estaria jogando pedras no meu próprio telhado. Cursos de Mestrado e Doutorado valem... E, valem muito: só que, aqueles conseguidos, aqui, no Brasil e/ou na America Latina, perante a sociedade Global, com raras exceções, como os da Uerj, Ufrj, Uff, Ucam, Puc, Usp e poucas outras, no mundo de hoje, nada e/ou quase nada valem. Na área da educação, por exemplo, esse atraso chega a ser tão catastrófico e disparatioso que - acredite-se ou não - ainda existem cursos de graduação e, mesmo, de pós-graduação que ainda possuem disciplinas como "métodos e técnicas de ensino", ou seja, que ainda partem da premissa de que os sujeitos da educação (prof. e alunos) são "objetos da educação", como numa linha de montagem taylorista/fordista neotecnicista. Na área médica/biológica esse atraso é naturalmente visível: são variados os casos de mortes provocadas por erros médicos grosseiros, como o caso, por exemplo, de uma jovem mulher que chegou grávida num determinado hospital da baixada e, sendo diagnosticada como possuidora de um mioma, teve, pelos médicos, o seu útero e feto arrancados; Na área de exatas, essa... Nem me fale: alguém conhece algum produto de alta tecnologia criado e desenvolvido, na sua completude, por aqui. Mesmo na robótica, aqueles produzidos pela Coope/Ufrj, são os dos mais retrógrados se comparados com os produzidos no Japão, Eua e outros. Todavia, um simples curso de MBA nessa instituição "pública/que cobra do povo" não sai por menos de (10.000) dez mil dólares; Na área do direito, vislumbre-se a quantidade de advogados formados que não conseguem passar no prova da OAB. Nesse caso, pergunta-se: serão os candidatos que estão realmente desqualificados ou então o conteúdo exigido na prova da OAB que esta atrasado, caduco na sua teoria e nos seus métodos que não privilegiam o aprender a pensar, mas somente e apenas o aprender pensamentos? Quando pensamos que o resultado de uma causa qualquer, justa ou injusta, segue apenas o princípio de quem pode pagar e corromper, entendemos o que é esse atraso, principalmente quando pensamos nas questões éticas e morais. O problema da exclusão social e econômica, no Brasil e na América Latina, tem raízes históricas de exclusão cultural, onde a educação, politicamente falando, nunca foi levada a sério, nunca foi levada como deveria. Instituições como o CNPq, específicas para o financiamento de pesquisas, se tornaram clientelistas e, embora muitos não acreditem e/ou não queiram ver, estão agindo - ao conceder bolsas de Mestrado e Doutorado somente para projetos de pesquisa em instituições de ensino superior PÚBLICAS - andando na contramão do desenvolvimento científico do nosso país. Pergunte-se e responda-se as seguintes questões: 1- alguém já viu por aí, em alguma instituição comunitária, em algum gueto qualquer, algum Mestre e/ou Doutor, que foi sustentado pelo pelo CNPq, com verbas públicas, durante anos, envolvido em alguma pesquisa, dando um curso gratuito para os "excluídos do saber"?; 2- alguém já viu por aí esses Mestres e Doutores fazendo chegar ao excluídos, aos escravos assalariados do capital, conhecimento gratuitos sobre educação financeira que possam libertá-los dessa condição. O que se quer dizer, ou melhor, indagar, é: ora, se os Mestres e/ou Doutores dessas sociedades, no que diz respeito ao desenvolvimento científico, estão atrasados, ultrapassados, retrógrados em ralação as outras nações e, na mesma medida catastrófica, esses mesmos mestres e/ou doutores, já que foram financiados pelos excluídos, não fazem chegar os seus parcos saberes "pesquisados" aos próprios excluídos, que os pagaram, através de impostos, para tê-los, para que então, nessas sociedades, servem os ditos tais Mestres e/ou Doutores? Sem respostas... E esse processo é ainda mais trágico: esses Mestres e/ou Doutores, depois de terem sido financiados com o dinheiro do povo para "pesquisar", enquanto esse povo, como escravo só trabalha, ainda, depois de formados, vão receber salários para vender ao, próprio povo, aquilo que lhes foi dado de graça pelo próprio povo. Esse fato está dado porque, os Mestres e/ou Doutores, financiados por instituições públicas como o CNPq, depois de formados, vão vender suas aulas não somente nas instituições publicas e de ensino, mas também nas privadas e/ou particulares. Pergunta-se: não deveriam os Mestres e/ou Doutores, por uma questão de justiça e ética, darem aulas gratuitas nas instituições publicas até devolverem aos cofres públicos o que retiraram do CNPq e/ou então pagarem ao mesmo CNPq, o mesmo valor dele retirado, corrigido, ao venderem seus servições nas instituições privadas de ensino? A meu ver, instituições como o CNPq deveriam começar a financiar pesquisas e pesquisadores já no segundo seguimento do ensino fundamental, no ensino médio e na graduação, evitando assim a evasão escolar e, nesse sentido, aumentando também a vida útil do próprio pesquisador. Existem problemáticas nesse universo da juventude que precisam de atenção redobrada, no que diz respeito ao valor e ao sentido do trabalho, das concepções éticas, da exclusão social e econômica, da necessidade de educação financeira, do entendimento de direitos e deveres e das concepções referentes a liberdade e igualdade, numa sociedade Individualista e Meritocrática, justamente por ser capitalista. Todo jovem não deveria ser, somente, como dever de todo cidadão - salvo exceções relativas a idade - obrigado a servir as forças armadas e também a votar, mas, também, objetivando o desenvolvimento tanto do país, quanto o do jovem estudante/pesquisador, envolvido em algum projeto de pesquisa, que tenha como foco a resolução de problemáticas locais e planetárias. O caso do atraso tecnocientífico do Brasil e da América Latina, hoje, pode e deve-se dizer, tem se dado não somente por falta de verbas, mas porque Mestres e/ou Doutores não deveriam serem concebidas como "profissões", mas como "missões sociais, objetivando a equidade social e econômica em escala planetária", e não vistas, como a possibilidade da busca pelo acesso aos cargos públicos e políticos, para a obtenção de "prestígio, status e poder". Infeliz e catastrófica conclusão: nessas sociedades, "todos ganham", porque somente quem perde é o povo; só quem perde são os excluídos - em escala global... Planetária. Certos cursos de Mestrado e Doutorado, no Brasil, fazem-nos lembrar dos axiomas de "Hannah Arendt", especificamente aqueles sobre "as duas formas inautênticas de aparição do ser", presentes nas sociedades ditas modernas: 1-pelo que dizem que pensam; 2-pelo que dizem que fazem, Por meio dos diplomas, mascarando, na essência, o que o ser realmente é, enquanto "alma"; o que o ser realmente é além do seu espírito, o chamado espírito "cartesiano", centrado no "penso, logo existo", traduzido e sistematizado, na presente era moderna e/ou pós-moderna, como a mais pura "arte racional da dissimulação” e que, muitos, preferem chamar apenas e simplesmente de "inteligência emocional". (Arendt, Hannah, 1971 - A vida do espírito.) P.S TEXTO/PARTE INTEGRANTE DO LIVRO "ONDE E COMO NASCEM OS INTELECTUAIS" À VENDA PELA WWW.AMAZON.COM NOS EUA, EUROPA, ÍNDIA E JAPÃO E DISTRIBUÍDO NO BRASIL PELA "ATSOC EDITIONS" http://atsoceditions.blogspot.com

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

EMANCIPADOS & MEDÍOCRES NA FAMÍLIA


Pais medíocres são aqueles que, apesar de adultos, ainda sentem-se fracassados, menosprezados por alguém, sem sonhos, sem perspectiva de vida, frustrados e que acreditam que, ao invés de darem condições emocionais e materiais aos filhos de se desenvolverem de maneira plena, devem, ao contrário, criar hierarquias entre os mesmos, do tipo:

1- “a” é mais inteligente do que “b”;

2- “b” é mais organizado do que “c”;

3- “c”é preguiçoso e egoísta.


Além disso, pais medíocres tendem a gostar e a fazerem questão de demonstrar gostar, ter mais amor, por um filho do que por outro.

TEXTO DO LIVRO: EMANCIPADOS & MEDÍOCRE NA FAMÍLIA. WWW.AMAZON.COM À VENDA NOS EUA, BRAZIL, INGLATERRA E DEMAIS PAÍSES DA EUROPA

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

NIETZSCHE - SOBRE SI - PARA OS HOMENS

"EU SOU O ANTEPARO NA MARGEM DO RIO... AQUELE QUE PUDER PRENDER-ME, QUE O FAÇA. SAIBA-SE, PORÉM, DE UMA COISA: EU NÃO SOU A VOSSA AMULETA".(P, 45)... "UMA COISA É O PENSAMENTO, OUTRA A AÇÃO, OUTRA A IMAGEM DA AÇÃO".(P,44)